Algumas revoluções não chegam com barulho. Elas começam em códigos, circulam em redes silenciosas, tomam forma em centros de pesquisa e, de repente, am a fazer parte de nosso cotidiano. A inteligência artificial (IA) é uma dessas forças. Invisível a olho nu, mas já reconfigurando mercados, profissões e formas de viver. Com a aprovação da lei que cria a Política Estadual de Fomento à Inovação em Inteligência Artificial, Goiás decidiu não apenas acompanhar esse movimento – decidiu liderá-lo.
Assim, o estado inaugura uma nova lógica de desenvolvimento. Aprovada por unanimidade na Assembleia Legislativa, a lei estabelece um ecossistema de estímulo à pesquisa, apoio à formação profissional e incentivo à criação de soluções abertas e segurança jurídica para quem inova. É um marco, mas que só terá sentido se alcançar quem está na base da economia.
É aí que o Sebrae entra. Porque em uma economia como a nossa, em que a maioria dos negócios é de micro e pequenas empresas, não existe transformação digital verdadeira sem a inclusão desses protagonistas. A inovação que queremos não é exclusiva, mas distribuída. Não é centralizada, mas capilar. É por isso que o Sebrae apoia essa agenda.
Com a regulamentação da IA, o estado cria um novo patamar institucional. A lei prevê infraestrutura digital compartilhada, inclusão da inteligência artificial na educação básica, parcerias com o Sistema S e um prêmio estadual que valoriza boas práticas em IA. Outro ponto de destaque é a criação de um Sandbox Estadual Permanente de IA onde soluções tecnológicas poderão ser testadas com mais liberdade e menos burocracia. Isso permite que ideias inovadoras, inclusive de startups e pequenos negócios, sejam experimentadas com segurança antes de sua aplicação em escala.
No Sebrae, transformar inovação em inclusão produtiva sempre foi mais que um objetivo: é nossa razão de existir. Ao longo de mais de cinco décadas, temos nos dedicado a fazer com que as transformações tecnológicas cheguem onde muitas vezes elas não são vistas — nas pequenas lojas, nas oficinas, nos consultórios, nas startups em fase inicial. A nova legislação de IA nos dá ainda mais base para ampliar esse alcance, conectando a política pública ao que realmente importa: resultados para quem empreende.
A inteligência artificial tem potencial para melhorar decisões, antecipar cenários, personalizar atendimentos, reduzir custos operacionais e escalar modelos de negócio — inclusive (e principalmente) em empresas de menor porte. Essa é a diferença entre falar em inovação e praticá-la com propósito social. E é esse o papel que o Sebrae assume com ainda mais força neste novo momento: traduzir essa tecnologia em caminhos possíveis, colocar a IA no dia a dia de quem precisa, garantir que a digitalização não gere novos abismos, mas novas pontes.
Inovação não é um luxo, é uma estratégia. E, com o apoio do Sebrae, essa estratégia pode e deve ser construída com os pequenos negócios como protagonistas. Porque o futuro, em Goiás, fala a linguagem da tecnologia. Mas tem sotaque empreendedor.
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